As eleições autárquicas no concelho de
Silves reconfirmaram a CDU como força política maioritária na Câmara Municipal
e nas Juntas de Freguesia de Silves e S. Bartolomeu de Messines, partindo, pela
primeira vez, para um segundo mandato consecutivo no Município de Silves. A CDU
obteve a maioria para a Câmara Municipal em todas as freguesias, exceptuando
Armação de Pêra.
Na eleição para a Assembleia Municipal, a CDU também foi a
mais votada. Em Armação de Pêra, a CDU reforçou significativamente a sua
influência, tornando-se na segunda força política mais importante.
Por 46 votos
não chega à presidência da União de Freguesias de Alcantarilha e Pêra. Assume
particular relevo a obtenção de maioria absoluta na Câmara Municipal, com a
maior percentagem de sempre - 52,65%,
correspondente a 8177 votos, tendo-se aproximado da eleição do quinto vereador,
facto que seria inédito.
A elevada votação obtida pela CDU, a meu ver, assentou
em 3 aspetos essenciais: em primeiro lugar – na quantidade e qualidade
do trabalho realizado durante os 4 anos do mandato autárquico; em segundo
lugar – na forma como se apresentou ao eleitorado, realizando uma campanha
eleitoral “limpa” e pela positiva, no contacto direto que estabeleceu com a
população; em terceiro lugar – na qualidade dos opositores e na ausência
de projetos alternativos credíveis. Uma
breve reflexão sobre a campanha eleitoral.
Os atos eleitorais locais
ocorrem ciclicamente desde 1976, mas diversos candidatos das forças políticas
mais representativas, na ânsia de conquistar o poder a todo o custo, não
resistem à política do vale tudo e do
bota abaixo, transformando o confronto democrático e o debate de ideias,
num processo de afrontação e imiscuição na vida pessoal, com ataques de caráter
e acusações do mais baixo nível, denegrindo os adversários que são encarados
como inimigos, deturpando propostas, assumindo compromissos irrealistas e
demagógicos, abusando de pessoas idosas e vulneráveis, mentindo sobre factos e realidades, num misto
doseado de ignorância, impreparação, deseducação e oportunismo.
Documentos trazidos
à praça pública e algum do publicado nas redes sociais, são um mostruário da superficialidade
e vacuidade que caraterizam vários políticos locais.
Os atos eleitorais locais
repetem-se e há candidatos que não resistem a metamorfosear-se naquilo que não
são, fora do período das campanhas eleitorais (beijinhos, saudações e apertos
de mão no período eleitoral, em contraponto com a ausência de empatia e afetividade
ao longo do ano).
A campanha eleitoral também foi marcada pela escassez de escrúpulos
durante o período de reflexão e no próprio dia da votação (!).
A população
ficou boquiaberta com a receção de publicações facciosas e difamatórias e de papéis
com apelo ao voto, numa manifestação que só pode ser caraterizada como de
desespero, desnorte e desrespeito pelos cidadãos, representando uma violação da
Lei.
Diferentes agentes políticos locais continuam a não entender que na
política, ou fora dela, os comportamentos humanos e a postura individual devem manter-se
inalteráveis, sob pena da perda irreparável da credibilidade perante a
comunidade e o eleitorado.
Sobretudo, pela obra feita, mas também pela campanha
“limpa” levada a cabo no concelho de
Silves, a CDU venceu brilhantemente as eleições autárquicas, recolhendo o forte
reconhecimento da população que mais não exige do que estratégia consistente, soluções
e resultados por parte do Poder Local, não aceitando o escárnio e maldizer,
como modelo de intervenção política.
Publicado no Jornal "Terra Ruiva"
Edição de Outubro de 2017
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