Superou as
melhores expetativas a longevidade e a regularidade de saída do “Terra Ruiva”
que na edição de Abril do corrente, comemora 15 anos de idade.
Vamos a uma curta
resenha histórica. Nos idos de 1999 um grupo de idealistas resolveu
encontrar-se para debater o lançamento de novo periódico no concelho de Silves,
decidindo-se criar previamente a entidade jurídica de suporte e futura
proprietária do mensário que deu pela designação de Associação “Pé de Vento” (cognome
irreverente), de natureza mais lata, vocacionada para as questões do
património, ambiente e desenvolvimento local.
No decurso do tempo, o projeto
foi-se consolidando, percorrendo trajetória ascendente, passo a passo, com os
pés bem assentes na terra, mesclado de trabalho intelectual e operário, privilegiando
o espírito associativo e o voluntariado … no fundo, as razões nucleares que nos
permitiram chegar até aqui, cavalgando com sucesso as dificuldades e,
ultimamente, as tremendas ondas da crise sob a chancela da Troika e dos
diligentes executores internos.
A aproximação estreita e personalizada aos
patrocinadores que é cultivada de forma regular, integra o referido trabalho
operário e é um dos segredos da sustentabilidade do projeto editorial.
Recordo com
saudade o lançamento simbólico do “Terra Ruiva” no dia 25 de Abril de 2000, nas
instalações do Racal Clube, em Silves. Com a escolha desta data, os promotores
do novo órgão da comunicação social, quiseram, desde logo, dar um sinal cívico
e político de apego aos valores da liberdade e da democracia, saídos da
Revolução dos Cravos.
Recordo também as
discussões que precederam a escolha do nome do jornal, que culminaram no título
“Terra Ruiva”, assim designado, em homenagem ao grés de Silves, ex-libris da
paisagem mais a norte do concelho.
Vai distante o tempo em que o jornal era transportado
mensalmente por estrada até Tavira para produção dos fotolitos, e
posteriormente, prosseguia viagem em autocarro com destino à tipografia em
Coimbra.
Na atualidade, e desde há bastantes anos, sem viagens e tutelas
intermédias, o envio do jornal para a tipografia, ainda em Coimbra, faz-se à
velocidade de um clique no computador, via internet, sinónimo, igualmente, da
evolução tecnológica, da plena autonomia e maioridade conquistadas, que também
se refletem na qualidade progressiva das suas páginas e material informativo.
A
génese e modo de funcionamento do “Terra Ruiva” revestem-se de peculiaridade
única, numa relação dialética voluntariado-profissionalismo que é dirimida com
ganhos adicionais de qualidade e maior ambição na caminhada iniciada há 15
anos.
Edição de Abril de 2015
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