“O investimento público na ordem dos vários
milhões de euros que se encontra em fase de lançamento final pelo Município de
Silves (maioria CDU), liderado pela Presidente Rosa Palma, apresenta-se como
desafio significativo num contexto ainda marcado pelos efeitos da austeridade,
o crescimento económico anémico e as “heranças autárquicas internas”, num
quadro regional e nacional onde não é residual o número de autarquias que se
mostram incapazes de prosseguir o mesmo rumo.”(TR, junho/2016)
Do quadro de
investimentos do município é percetível o objetivo de tocar o conjunto das
freguesias que constituem o concelho, salvaguardando equilíbrios e o
desenvolvimento integrado e harmonioso do território, numa correlação de
valores que respeitou grosso modo o peso relativo de cada unidade territorial
em termos de população e área.
Estratégia
pressupõe escolha e clareza no caminho a seguir, implica visão sistémica,
obriga à definição de objetivos e prioridades. Fala-se muito de estratégia, a torto e direito, mas de facto, a
estratégia só é importante e tem sentido, se for concretizável. Não sendo assim,
não vale nada, é letra morta.
A estratégia puramente retórica e
“académica”, dissociada da realidade objetiva e das capacidades internas, alheia
aos recursos disponíveis e potenciais, só servirá para preencher o fundo das
gavetas, donde nunca sairá, não passando de conceito vago, que somente se justificará
para adornar discursos e tomadas de posição demagógicas.
No texto anterior salientou-se
o exemplo de Armação de Pêra no campo da estratégia e do investimento público municipais.
Prosseguimos neste Terra Ruiva com a abordagem de alguns investimentos na freguesia de S. Bartolomeu de Messines que
se ajustam ao seu peso no contexto concelhio, e que sendo prioritários e
significativos, repõem justiça, num histórico recente de abandono e desprezo
pelas gentes da terra de João de Deus.
São de natureza estratégica, sem dúvida
– pelo impacto no desenvolvimento local - os 3 projetos a executar no atual
espaço (precário) onde se realizam as feiras e mercados: a construção da área
de serviço de autocaravanas na zona nascente com a inclusão da pavimentação da
rua adjacente localizada a norte; a construção do terminal rodoviário no lado
poente com edifício para receção dos utentes e pala magnífica com a função de
cobertura dos autocarros e zona de espera, e a obra maior/espetacular na zona
central do terreno que é a construção do espaço multiusos (feiras e eventos
diversos) que integra passeios e repavimentações, espaços lúdicos e de lazer, zonas
verdes, equipamentos, mobiliário urbano, palco para espetáculos, etc, que
satisfaz anseio antigo dos messinenses.
O novo sistema de abastecimento de água
a S. B. de Messines, projeto de valor estratégico, consistindo na construção de
nova adutora entre o Monte de S. José, a Quinta dos Oregãos e o Monte Boi, a
edificação de dois novos reservatórios que duplicará a capacidade de reserva de
água, a criação de segundo sistema de bombagem na Quinta dos Oregãos -
permitirá reforçar, modernizar e estabilizar o fornecimento de água à freguesia
por muitos anos.
A requalificação do acesso poente à Vila (estrada da Rega),
criando-se um arruamento, dotado de infraestruturas modernas (passeios,
percurso pedonal com piso colorido, iluminação pública, enterramento das
infraestruturas elétricas, espaços verdes, zonas de estacionamento, mobiliário
diverso), reforçará a qualidade do ambiente urbano, a atratividade da Vila e os
níveis de bem-estar da população.
Na área do desporto (e educação) é de
assinalar a substituição do sintético do Campo Municipal e o arrelvamento
(sintético) de dois campos no interior da EB 2,3 João de Deus, que proporcionará
a melhoria das condições para a prática desportiva e a educação física.
Promovendo
o investimento público em áreas distintas e fundamentais que se complementam,
tornando o território mais apelativo e competitivo, atraindo e fixando
população, o Município de Silves cumpre com as suas competências no incremento
do desenvolvimento local, induzindo a que outros também o façam,
designadamente, os investidores privados.
Publicação no Jornal "Terra Ruiva"
Edição de julho de 2016
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