Em ano de
eleições autárquicas, a avaliação de desempenho dos eleitos locais, com
especial enfoque na gestão municipal, sujeitar-se-á a escrutínio reforçado,
principalmente com origem na oposição partidária e nos cidadãos em geral, sendo
útil e necessário para a qualidade da democracia que a crítica obedeça a
critérios construtivos, objetivos e verdadeiros, o que nem sempre acontece,
face a razões de ordem política e ideológica e também a alguma inexperiência, preconceito,
facciosismo ou desconhecimento da realidade.
A meu ver, o debate sobre o Estado do Município na última Assembleia
Municipal de Silves veio demonstrar que a ação da atual liderança camarária encontra-se
a milhas de se caraterizar como mera
gestão corrente ou de continuidade relativamente aos mandatos anteriores,
atenta a extensa, estruturada e assertiva intervenção da Presidente Rosa Palma,
que percorreu as várias áreas de atuação do Município.
O corte umbilical com o
passado é visível.
Desde logo, com a arrumação da casa no plano financeiro, mediante
a resolução do intrincado imbróglio das dívidas à banca relacionadas com o
processo Viga d´Ouro.
Não se agarrando a desculpas, a nova liderança partiu
para a exploração das potencialidades da gestão orçamental, realizada com rigor
(três orçamentos, pela primeira vez, com taxas de execução da receita acima dos
85%), assegurou novas fontes de financiamento e aproveita ao máximo o acesso aos fundos comunitários (candidaturas
que ultrapassam o valor de 5 milhões de euros).
Da leitura do documento,
constatamos que o novo executivo permanente encetou a reorganização e a potenciação
do trabalho autárquico em domínios como o vasto parque de máquinas e viaturas
(operacionalizando-o e renovando-o), a melhoria do sistema de higiene pública e
redes de água e saneamento, e a otimização da proteção civil, onde garante
elevado desempenho.
É percetível a dinâmica
e a criatividade autárquicas nos campos da educação, cultura, património e
desenvolvimento económico.
Vai neste sentido a intervenção permanente nas
escolas; a entrada em pleno funcionamento do Teatro Mascarenhas Gregório, que
apresenta vasta e regular programação; a criação de rubricas inovadoras como o
Lado B, Sunset Secrets (Castelo de Silves), Cá se Faz; a obra de restauro da
Torre 16 da Almedina de Silves, os projetos de conservação e restauro da Ponte
Velha de Silves e das Muralhas da Almedina, ambos sujeitos a candidaturas
comunitárias; a iniciativa “Jazz nas Adegas” (avaliada recentemente pela RTA
como o evento mais procurado do Programa “Algarve 365”); a primeira candidatura
nacional de Silves a Capital do Vinho, o lançamento da 1.ª Mostra “Silves,
Capital da Laranja” na FISSUL durante a mês corrente; a revisão pela primeira
vez em baixa do Regulamento de Taxas e Licenças (abrangendo as taxas
urbanísticas); a aplicação da taxa mínima do IMI; a recusa de aumentos do
tarifário da água, etc.
Um exemplo paradigmático
de corte com o passado sucede com a decisão ambiciosa do Município de Silves de
enveredar pela construção da nova sede da Junta de Freguesia de Armação de Pêra,
que é ainda mais extenso (o corte com o passado), quando os próprios eleitos
locais na Vila balnear, vislumbravam alternativas no âmbito da deslocação do
local da atual sede (apartamento), que não pressupunham construção de raiz.
Quanto a mim, o facto mais saliente, reside na capacidade de investimento que a
autarquia revela através do largo número de empreitadas que promove no concelho.
“Levar a cabo um programa de investimentos tão ambicioso (investimento de topo ao nível do Algarve), ao mesmo tempo que reduzimos a dívida financeira - 70% da dívida inicial - na ordem dos 12,7 milhões de euros, resolvendo e pagando o processo Viga d´Ouro com a aprovação e o elogio do Tribunal de Contas, não é fácil, mas é possível! Mesmo considerando a contração da linha de crédito para investimento no valor de 4,4 milhões de euros, o passivo financeiro do Município de Silves sofrerá uma redução superior a 8 milhões de euros”, no final do mandato. (Fonte: Intervenção da Presidente Rosa Palma, Estado do Município, AM, 27Jan2017).
“Levar a cabo um programa de investimentos tão ambicioso (investimento de topo ao nível do Algarve), ao mesmo tempo que reduzimos a dívida financeira - 70% da dívida inicial - na ordem dos 12,7 milhões de euros, resolvendo e pagando o processo Viga d´Ouro com a aprovação e o elogio do Tribunal de Contas, não é fácil, mas é possível! Mesmo considerando a contração da linha de crédito para investimento no valor de 4,4 milhões de euros, o passivo financeiro do Município de Silves sofrerá uma redução superior a 8 milhões de euros”, no final do mandato. (Fonte: Intervenção da Presidente Rosa Palma, Estado do Município, AM, 27Jan2017).
Publicado no Jornal "Terra Ruiva"
Edição de Fevereiro de 2017
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