terça-feira, 28 de abril de 2015

Superou as expetativas

Superou as melhores expetativas a longevidade e a regularidade de saída do “Terra Ruiva” que na edição de Abril do corrente, comemora 15 anos de idade. 

Vamos a uma curta resenha histórica. Nos idos de 1999 um grupo de idealistas resolveu encontrar-se para debater o lançamento de novo periódico no concelho de Silves, decidindo-se criar previamente a entidade jurídica de suporte e futura proprietária do mensário que deu pela designação de Associação “Pé de Vento” (cognome irreverente), de natureza mais lata, vocacionada para as questões do património, ambiente e desenvolvimento local. 

No decurso do tempo, o projeto foi-se consolidando, percorrendo trajetória ascendente, passo a passo, com os pés bem assentes na terra, mesclado de trabalho intelectual e operário, privilegiando o espírito associativo e o voluntariado … no fundo, as razões nucleares que nos permitiram chegar até aqui, cavalgando com sucesso as dificuldades e, ultimamente, as tremendas ondas da crise sob a chancela da Troika e dos diligentes executores internos. 

A aproximação estreita e personalizada aos patrocinadores que é cultivada de forma regular, integra o referido trabalho operário e é um dos segredos da sustentabilidade do projeto editorial.

Recordo com saudade o lançamento simbólico do “Terra Ruiva” no dia 25 de Abril de 2000, nas instalações do Racal Clube, em Silves. Com a escolha desta data, os promotores do novo órgão da comunicação social, quiseram, desde logo, dar um sinal cívico e político de apego aos valores da liberdade e da democracia, saídos da Revolução dos Cravos.

Recordo também as discussões que precederam a escolha do nome do jornal, que culminaram no título “Terra Ruiva”, assim designado, em homenagem ao grés de Silves, ex-libris da paisagem mais a norte do concelho.

Vai distante o tempo em que o jornal era transportado mensalmente por estrada até Tavira para produção dos fotolitos, e posteriormente, prosseguia viagem em autocarro com destino à tipografia em Coimbra. 

Na atualidade, e desde há bastantes anos, sem viagens e tutelas intermédias, o envio do jornal para a tipografia, ainda em Coimbra, faz-se à velocidade de um clique no computador, via internet, sinónimo, igualmente, da evolução tecnológica, da plena autonomia e maioridade conquistadas, que também se refletem na qualidade progressiva das suas páginas e material informativo. 

A génese e modo de funcionamento do “Terra Ruiva” revestem-se de peculiaridade única, numa relação dialética voluntariado-profissionalismo que é dirimida com ganhos adicionais de qualidade e maior ambição na caminhada iniciada há 15 anos.

Publicado no Jornal "Terra Ruiva"
Edição de Abril de 2015


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